segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Guardados

Se você não me tem no seu coração, natural que não me tenha nas suas lembranças.
Leva com você, os grilhões que me atrelam a sua existência, pois de nada lhe servirão, quando é só o amor que tem esse condão.
Desarrumou a minha vida, com que verdade, se o que fala, não se pode escrever?
Qual propósito lhe conduz, se não pode sustentar meus sentimentos?
Guarda o que puder desse tempo, pois outro não virá.
Sinto a sua ausência, mas não o bastante para desistir de mim e dos meus sonhos.
Posso esperar que se vá, quando penso que aqui, você nunca esteve.
Vislumbro outro inverno, mas também posso antever outra primavera, outro verão e outro outono...
O ciclo da vida, continua, ainda que você não possa participar dela em mim.
Lutei, com todas as minhas forças, para me fazer presente, entre suas quinquilharias, mas a insignificância não me cabe. Sou mais que isso!
Agora, me compete juntar os cacos, computar os prejuízos causados pelo tempo perdido e retomar a caminhada.
Cada passo que dou no sentido oposto a você, me liberta das angústias que me eram impostas pela espera interminável, por um gesto seu.
Não quero mais essa vontade, que me reduzia a algo que não sou. Não posso mais essa inércia, que me propunha sem razão.
Vai agora, enquanto tenho sanidade para vê-lo sair.
Enlouquecer, não está nos meus planos!
Dispõe dos meus erros, porque dos meus acertos disponho eu.
Volta pra solidão a que está acostumado, pois foi nela que construiu o seu castelo.
Eu volto para o meu mundo seguro, distante do seu alcance, pois nele, você não pode interferir.
Não guardo mágoa, nem rancor por nenhum mal que me tenha feito, pois com eles cresci e me tornei ainda melhor.
Quem sabe, o destino não me tenha um amor maior, que seja capaz de me envolver e tomar como eu preciso, pois você não tem essa capacidade.
Está acostumado aos descasos da vida, eu não. 
Preciso da estrada firme sob meus pés, enquanto você, areia movediça, não me sustenta ou guarda na segurança da consideração.
E, por falar nisso, você já considerou alguém na sua vida, que não a si mesmo? Duvido!
Se é das lembranças que você se alimenta, então, pelo menos, serei por algum tempo, fonte de vida, porque certamente, mesmo esquecida, em algum momento você vai lembrar...
Pode ser tarde pra nós, mas nunca será tarde para o amor.
Espero que você aprenda a amar. Se permita a generosidade desse sentimento que por mais que o negue, ainda é maior que você.
Não pretendo sofrer mais que o necessário para me recompor, mas estimo que a sua dor, lhe queime e torture, como ferro em brasa, toda vez que olhar na minha direção e, ai sim, lembrar que um dia, me teve em seus braços, que hoje não me abraçam mais.
Desejo a liberdade agora, como desejei a prisão dos seus beijos, mas não guardo no meu corpo, a vontade do seu, que nunca me pertenceu.
Aprendi que só posso ter o que me tem. Entendi, que não tive você, porque você nunca me quis.
Leva com você as minhas esperas, pois não posso viver delas. Eu fui a sua última chance de felicidade e isto, é meu maior consolo.
Depois de mim, outras virão. Nenhuma terá a minha boca. Nenhuma terá o meu olhar. Ninguém lhe dará maior amor...
Então, você que hoje esquece, vai lembrar e sentir saudade, mas será tarde demais...
Pode sair agora, e não se dê o trabalho de olhar pra trás, até porque, estarei à frente, porque já parti.
A mim, você não pode mais guardar no esquecimento, pois doravante, só me terá na lembrança. Essa mesma lembrança que hoje lhe faz esquecer, será o seu maior tormento, porque sem mim, a sua vida se apagará, porque eu sou a sua luz!

Bom dia!

3 comentários:

Roberta Pedro disse...

Muito bom mesmo!!! Acho que o seu melhor escrito. Parabéns!

Beijosssss

P.S.: Queria ter escrito algumas frases. ;)

Maite Guadagnoli disse...

Prima, maravilhoso e depois vc me fala que não é romantica.

Simone Massolini Silva disse...

Helena, Lindo texto!! É isso aí... Sempre seguindo em frente!! Beijo