terça-feira, 10 de maio de 2011

Comprometimento

Tem coisa mais chata e inconveniente, que a pessoa dizer que vai ligar e não liga?
E quem diz vou na sua casa, tal dia e tal hora e não aparece, nem telefona dando uma justificativa, quer por respeito ou consideração, quer para não demonstrar descaso e não tomar em vão o nosso tempo?
O Brasil, tem programas sociais muito bons e generosos para com o povo.
Infelizmente, esses programas, a meu ver (e longe de mim, a pretensão de falar por conhecimento técnico de causa), estimulam a ociosidade.
O 'bolsa família', entre outros programas de assistencialismo, que se destina a ajudar famílias carentes e produzir votos eleitoreiros, também as coloca em posição confortável de não precisar trabalhar.
Contratei os serviços de uma moça, de vinte e poucos anos, forte, saudável, para me ajudar a colocar a casa em ordem, quando da minha mudança de endereço. Essa moça, tem 3 (TRÊS) FILHOS pequenos, mora numa casinha de uns quatro cômodos, junto com a mãe, o padrasto e mais não sei quantos outros irmãos, também com filhos e acho que não tem marido, mas pelo que me disse, os pais (cada filho de pai diferente), não ajudam (se é que ela sabe o paradeiro dos pais de seus filhos). 
O fato é que tratei 4 horas de trabalho diário, de segunda à sexta-feira, por um valor que ela aceitou. Veio no primeiro dia, dizendo que só poderia vir no segundo dia; 
Veio no segundo dia, na quinta-feira, com uma hora e meia de atraso, mas saiu na hora exata que previamente havíamos combinado; trabalhou, e eu a levei, por minha conta, no mesmo restaurante onde eu almoço, porque a cozinha ainda não estava em condições de eu preparar nosso almoço.
Quando chegou a hora que ela havia determinado que precisava sair, eu a levei até as creches (cada filho fica numa creche diferente, até bem distantes, umas das outras), como se fosse sua motorista, peguei cada uma das crianças e a deixei na porta de casa, com a filharada e as mochilas e sacolas das crianças, ao que ela sequer agradeceu, como se eu tivesse obrigação.
Nos despedimos com o acerto que na segunda-feira ela retomaria o trabalho, porque na sexta-feira, a mãe dela ia viajar e ela não poderia deixar a casa.
Domingo à noite, ela teve a delicadeza de informar que a mãe dela ainda não havia chegado da viagem e que, portanto, não teria como levar os filhos nas creches e além disso, teria reunião de professores e não poderia faltar ao seu 'compromisso' (como se o acordo comigo, não fosse também um compromisso), mas que na terça-feira, estaria às 9:00h, se apresentando ao trabalho.
Hoje, às 9:40h, eu telefonei para a casa dela, para saber o que houve, já que ela não apareceu.
Ela estava dormindo!!!
Me disse ao telefone: "ah... já é essa hora? O pior, é que agora, não levei as crianças para a creche... não tenho como ir trabalhar..."
Não me agüentei!!!
Eu disse que é por isso, que ela mora num barraco e não tem perspectiva: Não gosta de trabalhar!
Ela disse que gostava sim de trabalhar. Então, eu disse: Minha querida, então, se você gosta de trabalhar e dorme até às nove e quarenta da manhã, só posso concluir que você pode até gostar, mas definitivamente, com 3 filhos para criar, você NÃO PRECISA TRABALHAR!
Claro que não precisa! Tem onde morar; Bem ou mal, onde comem 2, comem 8, 10; Com o assistencialismo, sempre tem um dinheirinho para a fralda descartável (claro que ela não usa fraldas de pano na bebê!).
Além do que, sempre ganha alguma coisinha, de um ou de outro... afinal de contas, é pobre a coitada!
Peço desculpas, a quem não concorda com o que está dito aqui, mas francamente, o brasileiro gosta da miséria e do conforto da pobreza, porque não precisa ter comprometimento com nada nem com ninguém!
O povo não precisa trabalhar e também não gosta de trabalhar, porque a preguiça é premiada, com o assistencialismo do governo e daqueles que acreditam que dar esmolas, seja algo nobre, para compensar sua abastança.
Sinceramente, enquanto houver por parte dos governantes, essa postura paternalista e programas que sustentam a ociosidade, não haverá prosperidade nem esforço, porque, para o povo, o básico estando garantido, é o quanto basta para os mais necessitados, aliás, recebendo auxílio como essas bolsas, nem tão necessitados assim, o pobre não precisa se empenhar, porque deixa de ser miserável, mas não ganha dignidade e não aprende a ter comprometimento.
Boa noite!