sexta-feira, 13 de maio de 2011

Diário

Estive revendo um velho diário, que há anos não visitava.
Ao folhear suas páginas, me senti sem a intimidade que nos permitia tantas confidências.
Foi como se eu estivesse invadindo a privacidade de outra pessoa, descobrindo-lhe os segredos outrora partilhados.
Chorei por tudo o que não realizei, pelo que perdi e por tudo o que não conquistei.
Minha eterna guardiã e carcereira, a solidão continua em mim, mas já não me tortura. Ambas estamos ficando velhas, nos tornamos boas companheiras...
O amadurecimento me trouxe tranqüilidade e ensinou a não ter grandes expectativas para com as pessoas e com os projetos de vida.
Aprendi com o tempo, a não me frustar pelo que não posso mudar nos outros, nem em mim.
Ainda me sinto como se caminhasse em direção a uma locomotiva desenfreada em sentido contrário, mas antes, acreditava que não podia fazê-la parar, nem sair dos trilhos. 
Hoje, sei que a locomotiva, não posso parar, nem descarrilhar, mas eu posso mudar de trilho!
Envelhecer, não é de todo mal!
Boa tarde!