terça-feira, 8 de maio de 2012

Busca

Ela sentia medo da solidão, se apavorava, com a idéia de viver só, sem um amor.
Seu corpo clamava por uma paixão, que confundia com sexo, de forma desordenada. Seu corpo lhe cobrava aquela sensação. Era como um vício...
Ela chorava, porque todas as buscas, sempre acabavam em gavetas desarrumadas, e o vazio era sempre maior...
Sonhava com o príncipe encantado, que até podia ser desencantado, mas precisava ficar. Era muito importante que viesse para ficar.
Isso não podia acontecer eternamente. Cada vez que conhecia um homem, pensava que fosse para sempre, mas outra vez, ele se ia, do mesmo modo que tinha vindo e a deixava cada vez mais sozinha, desamparada e se sentindo um lixo.
Nova busca, nova esperança, novo alento e novamente o eco do nada...
Quando ela conheceu-se a si mesma, descobriu o amor. A princípio, timidamente, avaliando se seria possível, com medo daquele sentimento que a consumia por inteiro, mas aos poucos, quando o amor próprio foi crescendo e lhe envolvendo, transmitindo-lhe segurança, começou a gostar da brincadeira.
Tornou-se forte, determinada e seletiva.
Buscando a si mesma, descobriu que se bastava e melhor, que podia dizer não. Podia desistir e não faria mais diferença, porque ela estava ali, única, compacta, pronta como a rocha, a receber o impacto da água, sem contudo demover-se.
E então, descobriu a felicidade que tanto almejou.

Boa noite!