domingo, 4 de março de 2012

Vigília

Velei o seu sono, a noite toda. Muito bom vê-lo ali, finalmente dormindo seguro, ao meu lado.
Não que não possa se defender sozinho, mas é que me sinto mais segura quando ele está comigo. Segura por ele e não por mim.
Dormiu tranqüilo, apesar do calor. Claro que providenciei o ventilador para amenizar, mas receava que estranhasse o leito.
O cansaço que sentia, ajudou bastante, porque simplesmente entregou-se ao sono.
Sempre o quis assim, comigo, para dormirmos e acordarmos juntos. 
Durante a noite, ele me buscava, para que o abraçasse e isso, me enchia de alegria, pois mesmo dormindo, manifestou que deseja a minha presença, o meu carinho.
A premência do amor não se cumpre só pelo contato físico, quando consegue ser abrangente, corpo e espírito afinados, sem que nenhum ajuste fosse necessário.
Foi como se tivéssemos feito isso por toda a vida.
Ele se virava e me puxava para junto de si, ou quando eu me virava, ele se aproximava, reclamando que nos mantivéssemos abraçados.
Ali, eu velava o repouso do guerreiro, sem as armas necessárias para o enfrentamento do dia, como quem zela pela criança desprotegida, mas, ainda assim, sentia que estava sendo guardada, aninhada.
Na juventude, não me recordo ter experimentado nada igual, longe da sofreguidão do corpo, clamando por braços e abraços, enquanto agora, sem essa urgência, consigo a plenitude do simplesmente ser.
E ao raiar do dia, distanciados pela escada que me leva ao andar superior, sorrio, apaziguada por sabê-lo ali, tão próximo, mas ainda se estivessemos distanciados por quilômetros, seria comigo, porque nos completamos.

Bom dia!!!

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