terça-feira, 30 de agosto de 2011

Sutileza

Existem certas coisas na vida, que realmente, não têm preço:
Quando ele me sorri, maroto, confessando que não foi capaz de recusar um convite, e mais uma vez, vai adiar aquela nossa noite especial...
Quando ele confessa que me ama, mas não toma a iniciativa de diminuir o rítimo de trabalho para ficar comigo...
Quando ele enche as mãos de chocolates (porque sabe que eu adoro) e coloca "furtivamente" na minha bolsa...
Quando ele finge que não se importa, mas confessa que perdeu o sono, à noite, pensando em mim...
Tem certas coisas na vida, que fazem a diferença!
Quando ele me surpreende, no domingo de manhã, telefonando, pra dizer que não pode almoçar comigo, só pra me ver irritada e depois, feito menino que fez arte, às gargalhadas, me pede para aparecer na janela e me deparar com ele, ali, materializado, em frente o meu portão...
Quando ele me pede para ter juízo, mesmo sabendo que eu não faço nada com que ele deva se preocupar...
Quando ele me liga no final do dia, só pra perguntar se eu estou bem e dizer que ele não está tão bem, porque não está comigo...
Ou quando eu reclamo a sua ausência, e ele esbraveja no telefone, dizendo que já me falou mil vezes, pra eu largar esse namorado que não me merece, enquanto ele vive implorando o meu amor...
É, algumas sutilezas, fazem a vida valer à pena, nem que seja por um minuto. Ele tem essa capacidade de fazer tudo leve, tudo mágico... 
Como o amor deve ser, ele é sutil!!!
Boa noite!!!
 

domingo, 28 de agosto de 2011

Amante

Estou farta da taça cheia de vinho, mas a boca vazia de beijo...
Não suporto mais sábado à noite, e meus lençóis brancos inodoros, sem as manchas do corpo dele...
Detesto acordar com o toque do telefone, em vez da sua mão buscando o meu corpo...
Não quero mais modificar projetos, desistir de sonhos, adiar desejos...
Substituir a alegria do seu sorriso, pelo contentamento de alguns minutos de encontros furtivos...
A vida segue vazia, enquanto o coração se enche de promessas que não serão cumpridas... as promessas nunca se cumprem!
O frio persiste, enquanto o calor dele não envolve o meu corpo e espero...
O tempo tem pressa, mas ele não sabe disso e pensa na eternidade.
Não posso perdoá-lo, se não viver intensamente a nossa história de amor, porque eu não acredito no futuro.
Que ele seja a fonte da minha inspiração, desde que se entregue em minhas mãos.
Que seus devaneios me pertençam e sua loucura só possa ser de amor por mim!
Que ao cair da noite, ele esteja em segurança ao meu lado. 
Que ao amanhecer, nosso beijo tenha gosto de café na cama e que o dia seja brilhante como nosso olhar, iluminado de felicidade plena.
Se o trabalho nos exigir, que seja para valorizar o regresso ao ninho.
Se sentir saudades, que seja da infância, do neto, do filho, mas jamais dele.
E felicidade, seja o barulho do chuveiro enquanto a cama desfeita não me lembre a sua ausência!

Bom dia!



domingo, 14 de agosto de 2011

Pai

Eu podia começar falando da importância do pai na vida da gente e do quanto a gente precisa homenageá-lo.
Também poderia lembrar que existe pai, que nem merece ser chamado assim, tantas atrocidades é capaz de cometer, como a gente acompanha pelo noticiário, diariamente.
Mas vou preferir manifestar a admiração e o amor que tenho ao meu pai, o Kokão, através de quem, cumprimento todos os outros pais que mereçam!
O Kokão, é um cara incrível! 
Quando eu era criança, me recordo que o via bem pouco, porque ele trabalhava muito, mas a minha mãe, como todas as mães desse tempo, cuidava para que a figura dele fosse temida, ao mesmo tempo que aguardada com grande espectativa por mim e meus irmãos: "Deixa que vocês vão ver quando o papai chegar!"
Nos finais de semana, quando ele não estava de serviço (era professor de contabilidade e militar da Aeronáutica), me recordo que fazia a barba, com a porta do banheiro entreaberta, para que a gente pudesse fazer contato com ele. Nesse momento, era permitido escancarar a porta do banheiro e inventar qualquer coisa para puxar assunto com ele!
Todos os Natais, eram comemorados, com simplicidade, ou muita pompa, dependendo se tinha ou não dinheiro, mas sempre nessa data, ele fazia questão de nos alimentar os sonhos e o encantamento. Certa vez, eu já tinha uns 6 a 8 anos, acordei à noite e vi minha mãe, vestindo bonequinhas de celulose (nem sei se elas ainda são fabricadas nesse material), enquanto com caixas de fósforos, meu pai fazia mobílias para as bonecas, e carrinhos para meu irmão, tamanhã falta de recursos naquele ano.
Foi quando eu descobri que Papai Noel não existe, mas descobri também o quanto era amada por meu pai e minha mãe, mas principalmente meu pai, que estava ali, perdendo horas preciosas de sono porque trabalhava no dia seguinte, mas não deixou que a gente passasse o Natal sem presentes.
Muitos outros natais vieram, mas nenhum teve o mesmo sabor e nem de longe, a mesma beleza que este Natal tão especial, que guardo até hoje na lembrança e no coração.
Também foi o Kokão quem me incentivou o gosto pela leitura. Sempre que eu pedia algum livro, ele vinha trazendo logo dois ou três, para eu ler!
Mais tarde, engajado em movimentos partidários, foi muitas vezes consultado e seus conselhos eram buscados por políticos de peso como Tancredo Neves, então senador, Itamar Franco, enquanto candidato ao governo de Minas Gerais e até o General João Figueiredo, que era o Presidente da República, na transição entre a ditadura e a democracia, em almoços simples, lá na chácara, que ficava coalhada de seguranças e militares; Claro que naquele tempo, esses almoços não aconteciam na mesma data. Primeiro vinha um, depois o outro!
A cada neto que nascia, o Kokão ficava mais brando, mais avô que pai, mas sempre nosso companheiro, que nos permitia liberdade de expressão, sem nunca interferir nas decisões dos filhos, mas sempre pronto a nos dar "colo", quando não acertávamos nas escolhas, ou "apagar nossos incêndios", quando faltava dinheiro.
Foi filho esmerado e dedicado à família, como tem sido pai e avô provedor até hoje, que deveria ser cuidado pelos filhos, aos 79 anos completados no próximo dia 1.º de setembro, mas ainda hoje, é quem cuida e zela pela família.
Eu poderia me alongar detalhando a vida deste homem, que é meu herói, tantos foram seus feitos, mas pelo resumo, e pelo carinho dispensado ao meu pai nesta página, já se faz uma idéia, do quão especial é o Kokão (como é chamado pelos filhos).
Ele não é afeito a nada que esteja relacionado com a Internet, então, terei de copiar, e mandar pelo correio, á moda antiga, para ele saber do meu agradecimento, reconhecimento e amor incondicionais.


Feliz dia dos pais.


sábado, 13 de agosto de 2011

Vergonha

Ontem, senti muita vergonha, mas muita vergonha, mesmo, de ser brasileira...
Sempre tive orgulho de ser brasileira, porque foi assim que o meu pai (preso e torturado na Revolução de 64, quando eu tinha 7 anos), ensinou. 
Foi assim que eu aprendi nas aulas de Educação Cívica no colégio. 
Por isso, eu me engajei na política, na tentativa de somar aos demais brasileiros indignados com a ditadura.
Durante a semana, postei e compartilhei o texto que vi numa publicação, por vários dias, e nunca foi tão pertinente:
"Que país é este, que junta milhões numa parada gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa manifestação a favor da maconha, milhares todos os finais de semana para assistir futebol nos estádios, e outros tantos milhões de brasileiros, no carnaval... mas não se mobiliza contra a corrupção?"
Ser brasileira é para mim, uma honra. Ou pelo menos, até esta semana era!
Esse governo, está emporcalhando a nossa honra, de todas as formas possíveis e imagináveis!
Corrupção, já virou assunto corriqueiro e nem nos indigna mais, pois está todos os dias nos jornais e a única coisa que muda na história, é o nome das personagens envolvidas, porque o enredo é sempre o mesmo: Desvio de verbas públicas, suborno, propina... 
Estamos, como demanda o nosso perfil, a nossa característica de povo brasileiro, nos acomodando com a corrupção, com os escândalos políticos e com os desmandes das autoridades!
Mas ontem, especialmente, me senti impotente e muito envergonhada!
Há alguns dias, fui procurada por um estrangeiro, para fazer o pedido de visto permanente para trabalho e investimento. Como não é uma matéria que eu domino, fui pesquisar.
Para minha agradável surpresa, o site do Ministério do Trabalho e Emprego, tem ali, muitas informações interessantes e bem explicativas, mas fiquei pasmada, pois todos os telefones que encontrei, não atendem, ou só dão ocupado, ou pior: SÃO DE OUTROS LUGARES!
De tanto procurar e ligar de um lado para outro, quando alguém me atendia, uns muito gentis e até dispostos, me indicavam outros telefones que por sua vez, igualmente, não atendiam ou estavam ocupados.
Mas ontem, foi demais!
Liguei logo pela manhã, no Ministério do Trabalho e Emprego de Florianópolis, cuja funcionária, com muita má vontade, chegando a passar o tom de escárnio e irritação na voz, por ter de atender ao telefone, me informou que estava sem Internet e não podia me ajudar e me passou outro telefone que não atende. 
Como sou persistente, liguei num outro telefone informado no site do Consulado Geral do Brasil em outros países da Europa e então, descobri que além dos números ali indicados, terem só 7 dígitos, ou seja, quem acessar o site do Ministério do Trabalho e Emprego, se precisar ligar para o telefone indicado como sendo da Secretaria de Relações do Trabalho - Coordenação Geral de Imigração, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para pedir auxílio ou esclarecimentos, já terá de enfrentar a primeira dificuldade, que é adivinhar que precisa colocar mais um 3 antes dos números, para poder completar a ligação; Ai, tentei um segundo número, que está indicado como sendo o número de um fax do Ministério do Trabalho e Emprego, dessa mesma Secretaria, mas para minha surpresa, quem atendeu, foi um senhor, chamado Edson, me dizendo que era do SISLEGIE. 
Quando eu perguntei o que era SISLEGIE, ele atalhou, dizendo que era do MA. 
A pessoa, tem preguiça até de dizer "Ministério da Agricultura". Fiquei chocada! O telefone indicado pelo site do Consulado Geral do Brasil, como sendo o fax da Secretaria de Relações do Trabalho - Coordenação Geral de Imigração, do Ministério do Trabalho e Emprego, na verdade, atende num setor (que em outra ligação, outra pessoa que atendeu me explicou tratar-se do local que alimenta o site com as legislações do Ministério da Agricultura), mas que pelo visto, ali, nem todos sabem onde trabalham e o que fazem, e a ligação não será transferida para nenhum telefone, porque o "contratado" (segundo o próprio Edson exaltado me sugeriu), vai mandar fazer a reclamação na ouvidoria! 
Quando eu perguntei o que era SISLEGIE (acho que nem ele sabe, porque me perguntou o que é que eu queria, mudando de assunto), o senhor Edson me informou que o telefone que está indicado como sendo do fax da Secretaria das Relações do Trabalho, no Ministério do Trabalho e Emprego, NUNCA FOI DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO E NEM DA DITA SECRETARIA e que SEMPRE FOI DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA!
Senti uma tristeza enorme, pensando no estrangeiro, e até mesmo no brasileiro que reside na Europa, ou em outros continentes, que visita o site e precisa de informações, ou tirar dúvidas, ligando para esses números que ninguém atende, ou que não estão nos locais indicados, como não deve se sentir desolado e desamparado...
Uma vergonha!!!
Perguntei a esse senhor Edson, se ele mesmo, trabalhando DENTRO de um dos Ministérios, não poderia resolver o problema, em vez de me mandar entrar em contato com a ouvidoria, ao que ele me respondeu que não era função dele, que era um cidadão como eu e que o problema era meu e não dele!
Indignada, eu argumentei que como ele era funcionário, talvez, se tivesse um pouco de interesse, em fazer bem feito o seu trabalho, pudesse ter mais agilidade e fazer com que o número do telefone fosse indicado corretamente, ao que ele retrucou, que ele não era funcionário, porque era terceirizado e contratado e bradou:
"Vá à puta que a pariu!!!"
Desliguei o telefone em estado de choque e pensei nas pessoas que ligam para esse lugar, achando que está ligando para uma secretaria do Ministério do Trabalho e Emprego e esse senhor contratado, funcionário ou seja lá o que for, CUJO SALÁRIO DE QUALQUER JEITO É PAGO COM O DINHEIRO DO CONTRIBUINTE, trata as pessoas com esse requinte de educação, ESTANDO ELE, dentro do Ministério da Agricultura, ou seja, tecnicamente, ao lado do Ministério do Trabalho e Emprego em Brasília, e, até onde entendi, quando liguei pela segunda vez, para saber exatamente o que era SISLEGIE e fui atendida por outra pessoa, é um lugar onde os sites são alimentados com as informações específicas.
Não é pra sentir muita vergonha de ser brasileira, numa situação dessa?
Mas esperar o que, de um país que elege um analfabeto e uma guerrilheira, porque acha bonito a pessoa vir da pobreza ou ser fracassada nas atividades de sua vida pessoal e chegar a ser presidente dessa nossa república das bananas, literalmente, é o que somos e, se o povo não acordar agora, nunca mais vamos passar disso...
Posso estar equivocada, ter uma opinião formada sem muito conhecimento da causa, mas a sensação de impotência, porque estava procurando um único formulário, cujo link que deveria disponibilizá-lo, não o faz e ser mandada para a p. q. p. por reclamar, é ou não é o fim da picada?


Tenha uma ótima tarde!


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ilustre

O sono me impedia de continuar trabalhando. 
Era mais forte que eu.
Nunca durmo durante o dia, mas hoje, estava insuportável, não conseguia pensar!
Olhei para o relógio e era quatro horas da tarde! Tinha ainda muito a fazer e não podia pensar em dormir, mas meus olhos e meu cérebro, simplesmente se recusavam a continuar.
Deitei pensando que talvez fosse a pressão que tivesse caído, provocando aquele sono todo, como se eu tivesse passado três noites seguidas em claro.
Ainda relutei um pouco, porque realmente, não é do meu feitio, dormir à tarde, mas algum tempo depois, eu já estava dormindo.
Inicialmente, foi um sono agitado (acho que eu brigava tanto para não dormir, que não conseguia relaxar), mas aos poucos, foi se tornando pesado, profundo, e foi ai que eu a vi. 
A minha mãe, estava fazendo café e me sorrindo...
Sorri. Acho que nos falamos, porque notei que ela me serviu café numa xícara de vidro de três asas! 
Tenho a sensação de ter comentado a estranheza da peça, mas tomei o café assim mesmo (eu realmente não rejeito café, nem em sonho e em xícara de três asas!) Risos...
O lugar era como se fosse a minha cozinha, tinha luminosidade e tinha mais alguém, usando uma boina azul marinho, mas eu não consegui ver de quem se tratava.
Minha mãe se foi há um ano e quatro meses e esta foi a primeira vez que sonhei com ela.
Acho que conversamos, até porque, só acordei às dezoito horas, com o toque do telefone e não me lembro de mais nada, exceto do café, do seu jeito e do seu sorriso...
Mas valeu muito! Como valeu!
Acredito que o sono, tenha sido provocado para ela poder me contatar, pois de outro modo, não há como explicar algo fora do meu hábito e tão intenso... mas ainda que eu não me lembre de mais nada além desse momento ilustre, foi muito bom revê-la, ainda que por alguns instantes, pois realmente, eu tenho saudades...

Boa noite!