quarta-feira, 11 de maio de 2011

Introspecção

O que me leva a manter uma relação, onde não há mais cumplicidade, interesse, elo de ligação, ou qualquer outra motivação que me conduza em direção ao outro?
Amor é um conjunto de fatores e precisa ser cultivado todos os dias.
Quando não há o cultivo desse sentimento, ele se esvai, seca, dissolve...
Mas ainda assim, a gente insiste em manter um vínculo, mesmo desgastado... por que será?
Medo do que? 
A solidão, pode ser uma excelente companhia, quando existe amor próprio, mas é preciso manter o coração aquecido, para que não se torne árido...
O afeto, é nutriente para a vida e, sem o que, tudo o mais perde a cor, a beleza...
Amar não é tão simples, porque exige, cobra, faz comparações...
Preciso viver todos os dias, uma nova experiência afetiva, ainda que com a mesma pessoa, caso contrário, não sou capaz de amar, me perco no vazio de mim mesma.
Bom dia!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Comprometimento

Tem coisa mais chata e inconveniente, que a pessoa dizer que vai ligar e não liga?
E quem diz vou na sua casa, tal dia e tal hora e não aparece, nem telefona dando uma justificativa, quer por respeito ou consideração, quer para não demonstrar descaso e não tomar em vão o nosso tempo?
O Brasil, tem programas sociais muito bons e generosos para com o povo.
Infelizmente, esses programas, a meu ver (e longe de mim, a pretensão de falar por conhecimento técnico de causa), estimulam a ociosidade.
O 'bolsa família', entre outros programas de assistencialismo, que se destina a ajudar famílias carentes e produzir votos eleitoreiros, também as coloca em posição confortável de não precisar trabalhar.
Contratei os serviços de uma moça, de vinte e poucos anos, forte, saudável, para me ajudar a colocar a casa em ordem, quando da minha mudança de endereço. Essa moça, tem 3 (TRÊS) FILHOS pequenos, mora numa casinha de uns quatro cômodos, junto com a mãe, o padrasto e mais não sei quantos outros irmãos, também com filhos e acho que não tem marido, mas pelo que me disse, os pais (cada filho de pai diferente), não ajudam (se é que ela sabe o paradeiro dos pais de seus filhos). 
O fato é que tratei 4 horas de trabalho diário, de segunda à sexta-feira, por um valor que ela aceitou. Veio no primeiro dia, dizendo que só poderia vir no segundo dia; 
Veio no segundo dia, na quinta-feira, com uma hora e meia de atraso, mas saiu na hora exata que previamente havíamos combinado; trabalhou, e eu a levei, por minha conta, no mesmo restaurante onde eu almoço, porque a cozinha ainda não estava em condições de eu preparar nosso almoço.
Quando chegou a hora que ela havia determinado que precisava sair, eu a levei até as creches (cada filho fica numa creche diferente, até bem distantes, umas das outras), como se fosse sua motorista, peguei cada uma das crianças e a deixei na porta de casa, com a filharada e as mochilas e sacolas das crianças, ao que ela sequer agradeceu, como se eu tivesse obrigação.
Nos despedimos com o acerto que na segunda-feira ela retomaria o trabalho, porque na sexta-feira, a mãe dela ia viajar e ela não poderia deixar a casa.
Domingo à noite, ela teve a delicadeza de informar que a mãe dela ainda não havia chegado da viagem e que, portanto, não teria como levar os filhos nas creches e além disso, teria reunião de professores e não poderia faltar ao seu 'compromisso' (como se o acordo comigo, não fosse também um compromisso), mas que na terça-feira, estaria às 9:00h, se apresentando ao trabalho.
Hoje, às 9:40h, eu telefonei para a casa dela, para saber o que houve, já que ela não apareceu.
Ela estava dormindo!!!
Me disse ao telefone: "ah... já é essa hora? O pior, é que agora, não levei as crianças para a creche... não tenho como ir trabalhar..."
Não me agüentei!!!
Eu disse que é por isso, que ela mora num barraco e não tem perspectiva: Não gosta de trabalhar!
Ela disse que gostava sim de trabalhar. Então, eu disse: Minha querida, então, se você gosta de trabalhar e dorme até às nove e quarenta da manhã, só posso concluir que você pode até gostar, mas definitivamente, com 3 filhos para criar, você NÃO PRECISA TRABALHAR!
Claro que não precisa! Tem onde morar; Bem ou mal, onde comem 2, comem 8, 10; Com o assistencialismo, sempre tem um dinheirinho para a fralda descartável (claro que ela não usa fraldas de pano na bebê!).
Além do que, sempre ganha alguma coisinha, de um ou de outro... afinal de contas, é pobre a coitada!
Peço desculpas, a quem não concorda com o que está dito aqui, mas francamente, o brasileiro gosta da miséria e do conforto da pobreza, porque não precisa ter comprometimento com nada nem com ninguém!
O povo não precisa trabalhar e também não gosta de trabalhar, porque a preguiça é premiada, com o assistencialismo do governo e daqueles que acreditam que dar esmolas, seja algo nobre, para compensar sua abastança.
Sinceramente, enquanto houver por parte dos governantes, essa postura paternalista e programas que sustentam a ociosidade, não haverá prosperidade nem esforço, porque, para o povo, o básico estando garantido, é o quanto basta para os mais necessitados, aliás, recebendo auxílio como essas bolsas, nem tão necessitados assim, o pobre não precisa se empenhar, porque deixa de ser miserável, mas não ganha dignidade e não aprende a ter comprometimento.
Boa noite!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Traição

No outro dia, ouvi uma pessoa fazer um comentário sobre traição e tive de admitir: realmente, ninguém é traído pelo inimigo. 
Inimigo, não trai. 
Quem trai, é a pessoa em quem confiamos. Quem trai, é aquele a quem amamos, dedicamos nossas vidas. Quem trai, é o ente mais querido e próximo. 
Traidor, é aquele que corrompe a nossa confiança e nossa fé. 
Fui vítima de traição, muitas vezes na vida. 
Não falo só da traição do homem (ou da mulher), que sai com outra pessoa, enquanto mantém um relacionamento com a gente. Claro que isto também é traição, mas aqui, me refiro à traição das pessoas em quem depositava todas as esperanças da minha vida, a quem eu creditava a certeza de empreendimento, prosperidade, realização.
Quando se tem expectativas, com relação ao outro, a traição toma proporções ainda maiores, porque o ato de trair, implica em demolir os sonhos mais ousados e que só poderiam se realizar, se o tripé fosse bem alicerçado - confiança - segurança - investimento (no outro).
Essa forma de traição, rouba nosso tempo, expõe nossas fraquezas, nos apresenta debilidades que nem lembrávamos que possuíamos.
Obvio, que somos todos frágeis, sensíveis até mais do que deveríamos ser, mas quando somos vitimados por esse tipo de postura, que nos corrói e nos torna impotentes, a traição nos obriga a verbalizar nossos temores e nos enfraquece.
Traição faz mal a quem é traído, porque quem trai, sai ileso, fortalecido pela dor do outro, como se tivesse amealhado uma parte de nós, que vai lhe somar atributos, enquanto o traído é quem fica mergulhado na sua dor, na sua perdição.
Traição machuca, porque nos rouba o nosso melhor. Fere, porque nos tira o chão e leva nossos ideais como corredeira morro abaixo.
Traição é mortal, porque o que nos tira, não pode ser resgatado, nem restituído. 
Quem trai, não olha pra trás, enquanto o traído, olha pra dentro dos seus escombros pessoais e não sabe por onde começar para refazer a vida e retomar o norte de onde está. Fica perdido, sem saber o que fazer com o que lhe sobrou nas mãos, normalmente, pó, areia do tempo, poeira da vida, agora sem sentido.
A boa notícia: sempre haverá luz no fim do túnel;
A má notícia: sempre haverá traição.
Bom dia! 

domingo, 8 de maio de 2011

Quem não é visto, não é lembrado

Realmente, se a gente não se faz presente, acaba no esquecimento...
Hoje, no entanto, é um dia especial, porque as mães são reverenciadas de alguma forma... acho um equívoco, posto que a pessoa que traz a outra ao mundo, deveria ser sempre enaltecida (ou não - tem uns trastes, que nunca deveriam ter vindo ao mundo), independente de uma data específica.
Por falar em trastes, que não deveriam ter nascido, imagino o constrangimento a que submetem suas pobres mães, quando têm de admitir quem são seus filhos...
Imagino, por exemplo, se estivesse viva, a dor da mãe daquele maluco que saiu atirando e matando na escola do Rio de Janeiro... ou a mãe do Bin Laden (peço desculpas se a ortografia não estiver correta)... como também, deve ter sentido muito constrangimento, a mãe do Hitler, ou do Menghel (novamente meu pedido de desculpas se estiver errada a ortografia)...
Em contra partida, deve ser a glória, ser a mãe de gente que faz a diferença, como a Madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier, João Paulo II, Mandela, Gandhi...
Como também, acredito, seja muito bom, ter filhas como a Mariana, a Milena, a Talita, a Priscilla, a Angélica, a Ana Rita, a Francini, a Kamila, a Carolina, a Larissa, a Célia, a Noésia, a Marivânia, a Bete, a Lívia, a Cleise, a Silma, a Bruna, entre tantas outras, filhas comuns (algumas até menos comuns), mas que enchem de orgulho suas mães, pela retidão de caráter e postura, como tantas outras pessoas, mas que fazem a diferença dentro da família, como a minha querida nora, Maria Cláudia.
Minhas homenagens a essas filhas, por terem sido maravilhosas e enchido de orgulho suas mães, e continuam se empenhando nisso, algumas já enquanto mães e avós.
Na mesma linha, devo dizer que é uma honra, apesar dos desafios, ser mãe do Marcus, do Jefferson, do Anderson, do Rodrigo, do Michael, do Mateus, do Victor, do Pedro, do Lourenzo, do Antonio, do Clayton, do Alberto, do João, do Edson, do Raul, do Henrique, do Franco, do Gilvânio, do Alessandro, do Gustavo, do Fábio, do Luciano, do Ivanilson, do Nelson, do José Alberto, do Leo, do Felipe, ou do Bittencourt, por representarem a gama de filhos comuns (e alguns nem tão comuns), mas que se empenham em fazer o que é certo e a construir uma vida dentro da família, ou da sociedade, capaz de servir de lição e deixar para a posteridade, feitos simples, mas que fazem toda a diferença para quem ama.
Homenageio, pois, todos esses filhos, que enaltecem suas mães, por serem homens de bem.
O fato, é que a participação da mãe nas escolhas do filho, é ínfima, mas se ele tem na mãe, a referência necessária, será sempre lembrado, independente dos feitos grandiosos ou singelos, mas para a mãe, não há distinção entre o orgulho que sente por ter trazido ao mundo, a Lady Diana, ou a Giovânia... o Príncipe Williams (me perdoem a ortografia se errada), ou o Ricardo... porque o que nos envaidece, não é outra coisa que a certeza do êxito e realização pessoal em busca da felicidade dos nossos filhos quando alcançada.
Tenho certeza, que essas mães, assim como eu, sabem qual é a recompensa por trazer ao mundo seres tão especiais (para nós), mesmo que seus feitos não atravessem fronteiras.
Às mães desses filhos que se perdem ao longo da vida, nas drogas, nos crimes, na violência, que sejam consoladas e encontrem a paz, para elas e seus filhos perdidos...
Feliz dia das mães!

sábado, 7 de maio de 2011

Dia das mães

Há um ano, a minha mãe se foi, mas esteja onde estiver, deixo aqui registrado o meu beijo de coração para ela.
Deixo também, o meu carinho a todas as mães que visitam o meu Blogger. As presentes e as ausentes. As recentes e as futuras.
Que nossos filhos nos perdoem os erros e valorizem nossos acertos.
Que os filhos dos nossos filhos, se divirtam na nossa companhia e que ao lado deles, possamos renovar nossas almas e aprender com nossos netos.
Feliz dia das mães!
Boa noite!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Decepção

Ontem, fiquei mais uma vez decepcionada com a atitude de uma pessoa a quem eu quero um bem enorme.
Não foi nada grave. Chegou a ser até infantil, mas como me chocou!
Uma expressão ingênua até, mas de um significado monstruoso, no contexto.
Por mais que a gente seja avisado pra tomar cuidado com as palavras, insiste em não pensar para falar.
A gente tem o mau hábito de falar sem avaliar as conseqüências.
Fico pensando, em quanto mal eu distribuo, por falar a primeira coisa que me vem à "boca", sem antes atentar ao que está na "cabeça", ou seja, o que exatamente eu quero dizer com a frase que digo e a entonação que eu uso.
Claro, que há momentos em que não se tem tempo para pensar, mas se a gente observar e ouvir mais, antes de sair metralhando o que pensa, pode evitar muitos desencontros...
Com a idade avançando, a tendência é a gente pensar mais antes de falar, mas ainda estou no primeiro estágio desse processo, tenho muito a aprender...
Espero tirar boas lições do que me surpreendeu ontem, pelo conteúdo e forma...
Tenho um amigo, que sempre alertou, que o mal que estamos pensando sobre alguém, pode ser o mesmo ponto de vista do outro sobre nós. Explico:
Quando a gente dá uma oportunidade a uma pessoa e essa pessoa nos apunhala pelas costas, pode ser exatamente porque essa pessoa esteja sentindo a mesma coisa - isto é, que ela esteja se sentindo igualmente apunhalada por nós.
Quando alguém diz que a gente é de um determinado jeito - por exemplo: "Fulano é muito mesquinho", pode ser que o "Fulano", tenha a mesma avaliação sobre a gente que está dizendo isso de "Fulano".
Fui clara? Acho que não, né? Risos...
De qualquer modo, o que importa é que a gente pense mais, observe mais o em torno e ouça mais, antes de abrir a boca e despejar sobre o outro, aquilo que realmente pensa.
Pensar sem agir, pode ser uma forma de inércia apática, mas agir sem pensar, pode ser desastroso!

Bom dia!!!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Avaliação

O cansaço se instalou, mas não tenho como pensar nisso agora. Ainda há muito a ser feito e por mais que eu lute contra o tempo, ele sempre vence.
As horas de embate e labuta, são mínimas, comparadas ao que pretendo edificar.
As faltas e perdas, são maiores que o apego que eu possa ter por tudo que já conquistei até aqui.
Não posso me ater ao que perdi e tão pouco, lamentar o que ainda não tenho. 
Segue o dia, a semana corre e o mês se vai...
Preciso me concentrar em dar importância só ao que de fato, tem importância.
Bom dia!

domingo, 24 de abril de 2011

Conto (revisado)

O conto abaixo, escrevi em 1989 e foi publicado em junho, no n.º 4 da revista mineira Autêntica (periódico publicado em Uberaba-MG), que recebeu, na época, muitos elogios, inclusive da revista Veja (Editora Abril). Resolvi postar hoje, para desejar feliz páscoa aos seguidores e visitantes. Espero que apreciem.

O presente
 
A campanhinha nem tocou, ou tocou, não me lembro. Na verdade fui lá e abri a porta.
O homem de uniforme vermelho me disse que era do Correio.
Pensei confusa, se os Correios haviam mudado a cor do uniforme. Eu tinha certeza que antes a cor do uniforme dos Correios era amarela!
Não cheguei a perguntar, pois ele segurava aquela imensa caixa, toda embalada cuidadosamente, dizendo que era para mim.
Eu disse que não havia encomendado nada.
O homem do Correio perguntou se aquela não era a rua do endereço destinatário. Era. 
Perguntou se aquele não era o meu nome. Era - e olha que ele nem havia perguntado como eu me chamava, mas sabia que era eu!
Insisti: não havia encomendado nada! Mas o homem me falou que tinham mandado ele fazer aquela entrega, naquela rua, naquele número e para mim. E tudo conferia.
Perguntei sobre quem havia mandado.
O homem com o uniforme dos Correios, que agora não era mais amarelo, e sim vermelho, disse que era aquele que estava no cartão do remetente.
Procurei o cartão. Estava em branco.
Disse ao homem que segurava o pacote, que não havia remetente.
O entregador me respondeu que eu teria que reclamar no Correio, antes, para poder reclamar, deveria receber a encomenda.
Mas e se houvesse algum engano e não fosse para mim?
O homem do uniforme vermelho me respondeu que os Correios não se enganam. O pacote era meu mesmo.
O sol já estava quente e a embalagem começava a transpirar.
O que seria?
O homem me disse que não era pago para saber o que continham as caixas, mas apenas para entregá-las.
Eu argumentei que poderia pedir informações lá nos Correios, com algum funcionário que fizesse as embalagens. Ele concordou, mas informou que para tanto, eu deveria acusar o recebimento naquele papel timbrado e depois de receber a caixa, ir aos Correios e preencher um formulário para depois de protocolado, se deferido, poder perguntar para o funcionário que fazia os pacotes.
E se eu não quisesse aceitar?
Enquanto isso, a caixa já começava a pingar de tanto que o sol estava quente!
Aí, o homem de uniforme dos Correios, disse que eu não poderia deixar de aceitar; Primeiro, porque ele não poderia voltar com o pacote para não ser demitido e segundo, porque se era um presente, não ficava bem devolver.
É, nisso tive de concordar. Seria deselegante não aceitar um presente.
O homem dos Correios, de uniforme novo, que não era mais amarelo, mas sim vermelho, já estava cansado de tanto segurar aquela caixa, toda embalada com a experiência de quem sabe fazer pacotes. Tinha uma aparência envelhecida e fiquei pensando se não era por causa do calor, que no momento, fazia com que as fitas adesivas em torno da caixa, se despregassem, enquanto o conteúdo da mesma escorria e evaporava, antes de tocar o piso.
O homem do uniforme me perguntou onde poderia deixar o pacote.
Eu lhe pedi que deixasse ali mesmo, na sala. 
Ele deixou a caixa imensa, agora toda molhada e degringolada, no meio da sala, me deu o papel timbrado dos Correios, para eu assinar, acusando o recebimento.
Quando olhei a data, percebi que havia se passado trinta anos, desde o dia em que o homem do traje vermelho chegara a minha porta, com aquele embrulho enorme, já todo amarrotado.
Cansada também, assinei, um tanto desolada, mas ainda curiosoa sobre quem teria me mandado o presente.
O entregador foi embora exausto, meio triste até.
Eu fiquei ali, sentada, olhando para aquele embrulho todo desmatelado no chão.
Só então resolvi saber o que continha e decidi desmanchar o pacote, agora seco, desbotado e amarfanhado.
Rasguei o papel envelhecido pelo tempo e deparei com a caixa de papelão.
Sobre a mesma havia um aviso:

"FRÁGIL - ESTE LADO PARA CIMA"

Abri a caixa e dentro dela encontrei um saco plástico, transparente, selado com um rótulo, mas o saco estava vazio.
Irritada com a brincadeira e a perda de tempo, li o rótulo:





CONTEÚDO VOLÁTIL:
F E L I C I D A D E


sábado, 23 de abril de 2011

Malhando o Judas

Quando eu era criança, a rua na qual nasci e morava, era habitada por 70% de portugueses. Todos muito religiosos. 
No dia de hoje (sábado de aleluia), eles faziam um boneco que era recheado de palha, papel e pano velho e o vestiam, mas não sem lhe dar uma cara, normalmente feita com botões e retalhos de panos para colorir os lábios, enfim...
Levavam horas, confeccionando o boneco, que depois, era içado e pendurado num poste da rua, e ali, ao meio dia, o enchiam de pauladas até que ele se desfizesse por inteiro, quando então, ateavam fogo no que restava da palha, papel e pano velho que tivessem dado forma ao corpo do boneco, até que se fizesse em cinzas.
Eu assistia aquilo, sem entender a razão de tanto trabalho, para em seguida destruir. Não via sentido.
Hoje, vejo que a vida nada mais é do que o resultado daquilo que construímos para destruirmos, através das nossas atitudes, ao longo dos anos. 
Construímos famílias que os desentendimentos, o alcoolismo, a violência, a falta de paciência e intransigência destroem; 
Construímos relações afetivas, que a traição e os interesses pessoais destroem;
Construímos laços profissionais que a ganância e a falta de objetivos comuns destroem;
Tudo o que passamos horas, dias, semanas, meses e anos construíndo, destruímos em segundos, numa briga, num defender ferrenho de ponto de vista, por orgulho e vaidade, até que restem somente as cinzas daquilo que poderia ter sido sólido, bom, verdadeiro, por séculos.
Acho que é da natureza humana, "malhar o Judas". A gente tem o dom de criticar no outro, aquilo que nos incomoda em nós mesmos e ai, buscamos a "fênix" que exite em nós, para tentarmos renascer das cinzas dos nossos erros.

Bom dia!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Vou vivendo

A incerteza, a dor da traição, o abandono, o fracasso frente aos projetos mais bem cuidados e de maior investimento (não necessariamente financeiros), são sentimentos e sensações que nos abstraem e nos tiram a capacidade de discernir entre o que queremos e o que podemos.
Seja como for, quem não se machuca, ou nunca se machucou, é porque não corre e nem nunca correu riscos; Em outras palavras, não vive e não viveu.
Antes viver quebrando a cara, ao ostracismo.
A covardia, frente as dificuldades da vida, nos conduz à impotência ante a possibilidade de fazer escolhas e, como é sabido, quem escolhe, sempre perde aquilo que declinou.
Sigo em frente! 
O dia está lindo lá fora, mas nublado no meu coração. No cérebro, só tenho a certeza, como dizia o poeta: "navegar é preciso".
Bom dia especial as minhas seguidoras e aos demais visitantes.